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“O Direito Penal tem cheiro, cor, raça, classe social; enfim, há um grupo de escolhidos, sobre os quais haverá a manifestação da força do Estado.” (Rogério Greco – Direito Penal do Equilíbrio)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

MARCELINHO PARAÍBA DEIXA O PRESÍDIO EM CAMPINA GRANDE (PB)



Jogador foi indiciado por estupro, depois de festa em seu sítio. "Em 20 anos de atuação, nunca tinha visto ninguém ser preso por causa de um beijo" - diz o advogado de defesa. "Em 20 anos de atuação, nunca tinha visto ninguém ser preso por causa de um beijo"
Por volta das 17h15 (horário local) de ontem (30), o jogador Marcelinho Paraíba deixou o Presídio do Serrotão, em Campina Grande (PB), após decisão do juiz Paulo Sandro de Lacerda, da 5ª Vara Criminal da comarca. O magistrado deferiu o pedido de relaxamento da prisão.
O jogador - de nome Marcelo dos Santos - 36 de idade, foi preso na madrugada de ontem e indiciado por estupro, acusado de tentar beijar à força e agredir uma mulher.
Marcelinho Paraíba saiu do presídio em um carro e não deu declarações. O jogador havia sido transferido para o Serrotão no começo da tarde, depois de passar a manhã na Central de Polícia de Campina Grande prestando depoimento. Antes de chegar ao presídio, ele ficou detido na carceragem da Polícia Civil.
O advogado Afonso Vilar falou com a imprensa em nome do jogador. Segundo ele, o juiz considerou que Marcelinho Paraíba não apresenta perigo à sociedade, por isso concedeu o alvará de soltura. "Apesar do estupro ser um crime hediondo, o juiz considerou que não havia provas suficientes e por isso optou por libertá-lo. Se o Ministério Público enteder que ele cometeu um crime, ele responderá. Senão, o caso será arquivado" - disse o advogado.
O advogado também disse que "em 20 anos de atuação, nunca tinha visto ninguém ser preso por causa de um beijo".
A Polícia Civil tem um prazo de 30 dias para concluir o inquérito e encaminhá-lo ao Ministério Público da Paraíba, que decidirá se denuncia o jogador. Enquanto isso, ele responde em liberdade.
Edmilson Santos, supervisor de futebol do Sport Recife, time onde o atleta paraibano joga, informou que o atleta seguiria viagem direto para a capital pernambucana, onde descansaria. Segundo ele, Marcelinho só vai falar com a imprensa nesta quinta-feira (1º).
Outros detalhes
* De acordo com o delegado Fernando Zoccola, caso condenado, o jogador pode passar de seis a dez anos preso. Ele considerou que, "mesmo sem ter chegado ao ato sexual, devido às mudanças no Código Penal Brasileiro a tentativa de ter uma relação com a mulher pode ser interpretada como estupro".
* Segundo Zoccola, a suposta vítima afirmou em depoimento que o crime aconteceu de madrugada em uma festa no sítio do jogador em sua cidade natal, Campina Grande, para comemorar a ascenção do time à Série A do Campeonato Brasileiro. Segundo ela, "Marcelinho forçou um beijo e me agrediu, puxando meus cabelos".
* A mulher apresentava cortes na boca e foi levada para a Unidade de Medicina Legal para ser submetida a um exame de corpo de delito.
* Conforme o delegado Zoccola, outra questão que vai ser apurada é a informação de que o irmão da vítima, um delegado de Polícia Civil, teria disparado tiros no momento da prisão. O policial teria sido chamado, por sua irmã, via celular, ao local.
* O delegado irmão nega os tiros, mas sua arma foi levada para perícia, em busca de eventuais resíduos de pólvora.
* Em sua única declaração, Marcelinho disse ser inocente e informou que só falaria em juízo.
* Além de Marcelinho Paraíba, outros três amigos foram detidos durante o tumulto. Eles foram indiciados por resistência à prisão e desacato a policiais militares e foram soltos mediante o pagamento de fianças de R$ 1 mil para cada.

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