Jogador foi
indiciado por estupro, depois de festa em seu sítio. "Em 20 anos de
atuação, nunca tinha visto ninguém ser preso por causa de um beijo" - diz
o advogado de defesa. "Em 20 anos de atuação, nunca tinha visto ninguém
ser preso por causa de um beijo"
Por volta
das 17h15 (horário local) de ontem (30), o jogador Marcelinho Paraíba deixou o
Presídio do Serrotão, em Campina Grande (PB), após decisão do juiz Paulo Sandro
de Lacerda, da 5ª Vara Criminal da comarca. O magistrado deferiu o pedido de
relaxamento da prisão.
O jogador -
de nome Marcelo dos Santos - 36 de idade, foi preso na madrugada de ontem e
indiciado por estupro, acusado de tentar beijar à força e agredir uma mulher.
Marcelinho
Paraíba saiu do presídio em um carro e não deu declarações. O jogador havia
sido transferido para o Serrotão no começo da tarde, depois de passar a manhã
na Central de Polícia de Campina Grande prestando depoimento. Antes de chegar
ao presídio, ele ficou detido na carceragem da Polícia Civil.
O advogado
Afonso Vilar falou com a imprensa em nome do jogador. Segundo ele, o juiz
considerou que Marcelinho Paraíba não apresenta perigo à sociedade, por isso
concedeu o alvará de soltura. "Apesar do estupro ser um crime hediondo, o
juiz considerou que não havia provas suficientes e por isso optou por libertá-lo.
Se o Ministério Público enteder que ele cometeu um crime, ele responderá.
Senão, o caso será arquivado" - disse o advogado.
O advogado
também disse que "em 20 anos de atuação, nunca tinha visto ninguém ser
preso por causa de um beijo".
A Polícia
Civil tem um prazo de 30 dias para concluir o inquérito e encaminhá-lo ao
Ministério Público da Paraíba, que decidirá se denuncia o jogador. Enquanto
isso, ele responde em liberdade.
Edmilson
Santos, supervisor de futebol do Sport Recife, time onde o atleta paraibano
joga, informou que o atleta seguiria viagem direto para a capital pernambucana,
onde descansaria. Segundo ele, Marcelinho só vai falar com a imprensa nesta
quinta-feira (1º).
Outros
detalhes
* De acordo
com o delegado Fernando Zoccola, caso condenado, o jogador pode passar de seis
a dez anos preso. Ele considerou que, "mesmo sem ter chegado ao ato
sexual, devido às mudanças no Código Penal Brasileiro a
tentativa de ter uma relação com a mulher pode ser interpretada como
estupro".
* Segundo
Zoccola, a suposta vítima afirmou em depoimento que o crime aconteceu de
madrugada em uma festa no sítio do jogador em sua cidade natal, Campina Grande,
para comemorar a ascenção do time à Série A do Campeonato Brasileiro. Segundo
ela, "Marcelinho forçou um beijo e me agrediu, puxando meus cabelos".
* A mulher
apresentava cortes na boca e foi levada para a Unidade de Medicina Legal para
ser submetida a um exame de corpo de delito.
* Conforme o
delegado Zoccola, outra questão que vai ser apurada é a informação de que o
irmão da vítima, um delegado de Polícia Civil, teria disparado tiros no momento
da prisão. O policial teria sido chamado, por sua irmã, via celular, ao local.
* O delegado
irmão nega os tiros, mas sua arma foi levada para perícia, em busca de
eventuais resíduos de pólvora.
* Em sua
única declaração, Marcelinho disse ser inocente e informou que só falaria em
juízo.
* Além de
Marcelinho Paraíba, outros três amigos foram detidos durante o tumulto. Eles
foram indiciados por resistência à prisão e desacato a policiais militares e
foram soltos mediante o pagamento de fianças de R$ 1 mil para cada.
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