Ontem
nós vimos o ilustre ministro da Justiça José Eduardo Cardoso, declarar que
entre ficar preso por muito tempo nos presídios do Brasil ele preferiria
morrer.
É
Bom, que outra pessoa que não seja advogado militante ou representantes dos
direitos humanos faça esse tipo de declaração, pois sempre que um advogado a
faz parece tão somente que ele esta reivindicando melhores condições para seus
clientes, quando na verdade, a rotina diária nos presídios o torna mais
conhecedor de tais situações.Claro que maior propriedade quem possui é o
próprio preso, que é justamente quem sofre com esse sistema penal falido que
nas palavras do senhor ministro foi acertadamente chamado de “medieval”.
A única
coisa que estranha na fala, é justamente a coragem de fazê-la, pois o Estado
sempre seguiu a linha do silêncio, e isso deve ser dito amparado pela própria
sociedade que julga conveniente não questionar o que ocorre dentro dos muros
dos presídios, esquecendo ela que por mais duro e pior que seja o tratamento
ele não será eterno, o preso mais cedo ou mais tarde sairá e sairá muito pior. Isso
demonstra como que a sociedade adota o modelo do inimigo para o preso,
desejando apenas vingança por ter ele desrespeitado uma norma, mal sabendo ela
que isso não resolve o problema, mas apenas o adia.
Talvez
agora, quem sabe às vésperas de se receber no sistema penitenciário “clientes” tão
ilustres como se desenha, não se comesse todas as mudanças que há muito se pede
e espera. Não podemos continuar permitindo que pessoas sejam barbarizadas por terem
infringido as normas, claro que devem ser punidos, mas de maneira justa, pois
do contrário a morte com certeza será melhor.
Parabéns
ao ministro José Eduardo Cardoso pelas palavras!
Nenhum comentário:
Postar um comentário