Fabricio da Mata Corrêa
Finalmente, a comissão
responsável por elaborar o projeto para a elaboração de um novo Código Penal, que
diga-se bem audacioso, encerrou os trabalhos, entregando ao Senado tudo que
eles prepararam.
Muito se discute no meio
jurídico, principalmente entre criminalistas, sobre a necessidade de se rever
toda a parte especial do Código Penal, haja vista que somente a parte geral é
que teve uma reformulação no ano de 1984, bem com ainda pendente de
atualizações algumas disposições contidas em várias leis especiais.
Infelizmente, o fato da referida
comissão ter entregue o tão esperado projeto, não significa dizer que o mesmo
realmente se tornará uma lei, e muito menos se pode estabelecer um prazo para
isso.
Não se discute a competência
de cada um dos juristas que fizeram parte da referida comissão, a competência de
cada um é inquestionável, sem falar ainda da disposição que eles demonstraram
ao tratarem de assuntos que se fossemos esperar pelo legislativo, com certeza
eles nunca seriam abordados, tais como aborto, drogas etc...
O problema que se
verifica, e já se projeta para o futuro, é que não basta reunir os melhores e preparar
um documento muito bem fundamentado, se as pessoas que deverão analisá-lo, na
maioria, não possuem sequer um mínimo de conhecimento jurídico. Outrossim, sem
falar ainda que o legislativo brasileiro tem demonstrado que não possui coragem
de debater assuntos considerados fortes, como os que foram tratados com a
proposta do novo Código.
O que se verifica dentre congressistas
brasileiros é que eles possuem medo de opinarem da forma correta sobre alguns
assuntos, pensando que com isso a carreira política poderá ser prejudicada. Esse
na verdade é o obstáculo que tem impedido a evolução da legislação brasileira de
uma forma geral, e não só a penal.
Prova do que esta sendo
dito, temos visto que o judiciário através do STF, tem discutidos matérias e
tomando decisões que ao rigor da lei, seria o mesmo que dizer que tal órgão
esta legislando de forma atípica. Isso porque, toda omissão do legislativo,
acaba por desaguar no judiciário.
Por fim, não devemos
esperar que tal projeto seja rapidamente analisado e muito menos votado de
forma tranquila, prova disso é projeto do Novo Código de Processo Penal, que
mesmo sem ser polêmico até a presente data não foi votado. Ao que parece, e já
fazendo uma previsão, muitos vetos surgiram, mas dificilmente estarão eles fundamentados
em política criminal, mas tão somente em política!
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