Mizael Bispo é condenado a 20 anos pelo assassinato de Mércia
Crime aconteceu em 2010, em Nazaré Paulista (SP). O
advogado alega inocência e entrará com recurso contra a sentença
Ao
pronunciar a decisão, nesta quinta-feira (14), o juiz Leandro Bittencourt Cano
disse que o crime teve como agravante motivo torpe, fútil, por insatisfação
após o fim do relacionamento. Segundo ele, não se tratava de "amor",
mas "delírio de posse". "Sentimento amor não faz sofrer. O
instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse que faz sofrer."
O juiz afirmou ainda que o réu demonstrou "insensibilidade" e conduta
"desprezível e repugnante".
O
crime aconteceu em uma represa em Nazaré Paulista, interior de São Paulo, no
dia 23 de maio de 2010. Mércia havia desaparecido em Guarulhos. Seu carro foi
encontrado na represa no dia 10 de junho, e seu corpo, um dia depois no mesmo
local. Mércia foi baleada de raspão no rosto e nas mãos e morreu afogada.
De
acordo com a acusação, o vigia Evandro Bezerra Silva também participou do
crime. Ele responde por homicídio duplamente qualificado (meio cruel e recurso
que dificultou a defesa da vítima), mas só será levado a julgamento popular no
dia 29 de julho. Ele já deu quatro versões diferentes para o caso. Na mais
recente, diz que foi buscar Mizael na represa, mas não sabia que o advogado
havia matado Mércia.
Mizael,
hoje com 43 anos, está preso preventivamente desde o dia
24 de fevereiro de 2012. Ele alegou inocência e sua defesa já apelou contra a
sentença lida hoje. O advogado Samir Haddad Júnior, um dos três defensores de
Mizael, classificou o julgamento do seu cliente como "um dos maiores erros
judiciários do país". "Já apelamos, (a apelação) vai para o Tribunal
de Justiça. Vamos recorrer, sem dúvida". O objetivo é conseguir a redução
de pena.
O
julgamento durou quatro dias, no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo, e
teve transmissão ao vivo pelo rádio e pela internet. Nove pessoas foram
ouvidas: cinco de acusação, três de defesa e um perito designado pelo juiz. O
júri foi composto por cinco mulheres e dois homens. (Estadão/Epoca)
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