CORREÇÃO DAS QUESTÕES DE PENAL E PROCESSO PENAL DA PROVA DA
OAB XIV
Exame Unificado FGV - Prova aplicada em 03/08/2014
Questão 59 - Jaime, candidato à prefeitura da cidade X,
durante o horário de propaganda eleitoral em rede televisiva, proferiu as
seguintes palavras: “O atual prefeito e candidato à reeleição, que se mostra
defensor da família, posando com esposa e filhos para fotos, foi flagrado na
semana passada entrando em um motel com uma prostituta! É esse tipo de
governante que você quer?”. A partir do caso exposto, assinale a opção que
indica o delito praticado por Jaime.
ALTERNATIVA
CORRETA – O crime praticado pela personagem esta correto, pois realmente aquilo
que foi veiculado no horário eleitoral serviu de forma clara para difamar a
honra objetiva da vítima. Ademais, por se tratar de questão de cunho político
deve-se aplicar no caso a lei 4.737/65 (Código Eleitoral) e não o Código Penal. Desse
modo, ao invés de responder pelo crime de difamação previsto no CP, deverá o autor
responder pelo crime de difamação previsto no CE, por força do princípio da
especialidade. Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a
fins de propaganda, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena -
detenção de três meses a um ano, e pagamento de 5 a 30 dias-multa.
ALTERNATIVA INCORRETA – O crime (difamação) até esta correto, contudo, o erro
esta na previsão legal. Por se tratar de questão envolvendo aspectos políticos
específicos, e por força do princípio da especialidade, deve-se aplicar o Código Eleitoral em
detrimento do Código Penal.
ALTERNATIVA
INCORRETA – A conduta narrada na questão não coaduna com o crime de injuria,
mas sim de difamação.
ALTERNATIVA INCORRETA – Nesse caso, além do crime, o diploma exaltado esta
igualmente errado. Como já se falou o crime é o de difamação previsto no Código Eleitoral.
Questão 60
- José, mestre de obras, foi contratado para realizar a reforma de um
escritório no centro da cidade de Niterói. Durante a reforma, José, sem
analisar a planta do edifício, derruba uma parede do escritório, com o intuito
de unir duas salas contíguas. Dois dias após a derrubada da parede, o prédio
desaba, e, no desabamento, morre uma pessoa que estava no local na hora da
queda. A perícia consegue apurar que a queda foi provocada pela obra realizada
por José, que não poderia derrubar a parede, pois esta seria estrutural no
edifício. Diante dos fatos narrados, assinale a opção que indica a
responsabilidade penal de José.
A)
Desabamento doloso em concurso formal com o crime de homicídio doloso.
ALTERNATIVA INCORRETA – Não há que se falar em crime doloso. Em nenhum momento
o problema demonstrou que a personagem tinha a intenção (dolo) de causar dano,
e muito menos de praticar o crime de homicídio, seja ele doloso ou culposo.
B)
Desabamento doloso em concurso material com o crime de homicídio culposo.
ALTERNATIVA INCORRETA – Vide correção anterior.
C)
Desabamento culposo, circunstanciado pela causa de aumento de pena em razão da
morte culposa da vítima.
ALTERNATIVA CORRETA –
D)
Desabamento culposo, circunstanciado pela causa de aumento de pena em razão da
morte dolosa da vítima.
ALTERNATIVA INCORRETA – Novamente, não se pode dizer
que a personagem tinha a intenção (dolo) de matar alguém, de praticar homicídio
doloso.
OBS
– O gabarito da FGV indicou como correta a alternativa C. A presente questão
foi muito mal elaborada. Primeiro porque considerando a situação descrita no
enunciado, a conduta da personagem José, num primeiro momento sequer teria
responsabilidade penal a ser suscitada, haja vista que a situação da conta de
um crime de dano praticado culposamente. O problema é que não existe previsão
de tal crime na modalidade culposa. Portanto, até se pode dizer que o
desabamento se deu de forma culposa, mas isso não para imputar qualquer tipo de
responsabilidade penal que é o que foi perguntado. Outrossim, seguindo ainda na
alternativa tida como correta, ainda é errado dizer que a situação terá a
incidência de uma causa de aumento pena em decorrência da morte culposa de uma
vítima. Se não se pode falar em crime por completa ausência de previsão legal,
igualmente não deve falar em causa de aumento de pena. Se não há o principal
(crime) não se pode ter o acessório (majoração). No caso, até se poderia falar
em responsabilidade penal pelo crime de homicídio culposo. Isso sim seria
possível de ser trabalhado, posto que há nexo de causalidade suficiente para
isso. Mas, da forma que a questão foi trabalhada e como isso foi apresentado
nas alternativas, não se pode dizer que efetivamente há uma questão correta.
Essa questão merece ser anulada.
Questão 61 - Isadora, mãe da adolescente Larissa, de 12
anos de idade, saiu um pouco mais cedo do trabalho e, ao chegar à sua casa, da
janela da sala, vê seu companheiro, Frederico, mantendo relações sexuais com
sua filha no sofá. Chocada com a cena, não teve qualquer reação. Não tendo sido
vista por ambos, Isadora decidiu, a partir de então, chegar à sua residência
naquele mesmo horário e verificou que o fato se repetia por semanas. Isadora tinha
efetiva ciência dos abusos perpetrados por Frederico, porém, muito apaixonada
por ele, nada fez. Assim, Isadora, sabendo dos abusos cometidos por seu
companheiro contra sua filha, deixa de agir para impedi-los. Nesse caso, é
correto afirmar que o crime cometido por Isadora é
A)
omissivo impróprio.
ALTERNATIVA CORRETA – A situação remonta a figura do
garantidor previsto no artigo 13, §
2º do Código Penal. A mãe
ao ver que sua filha sofria abuso sexual deveria ter imediatamente agido, não o
fazendo ela passou não só a consentir com o crime como também se tornou
responsável. Fala-se no caso em omissão imprópria porque a omissão vista no
caso decorre da obrigação legal que ela teria como mãe de fazer algo para
proteger a filha, por não fazer, por ficar quieta, omissa, deve responder pelo
mesmo crime. Note, não há na lei um crime que faça previsão dessa conduta
omissiva, por isso que é tida como uma omissão imprópria. Contudo, caso
houvesse um crime fazendo previsão legal para essa conduta omissiva, o correto
no caso seria omissivo próprio. Mas só nesse caso.
B)
omissivo próprio.
ALTERNATIVA INCORRETA – Não é omissivo próprio justamente
porque não há na lei um crime específico que faça previsão legal da conduta
omissiva da mãe da menor violentada. Responsabilizada pela omissão a mãe será,
mas no caso será pela regra do artigo 13, §
2º do CP, que cuida da
omissão daquela pessoa que tinha o dever legal de agir, o garantidor.
C)
comissivo.
ALTERNATIVA INCORRETA – Não é comissivo justamente porque a
responsabilização da mãe esta pautada, no caso, num não agir, numa completa
ausência de conduta. Ela não agiu quando deveria. O emprego da palavra:
comissivo é para explicar um agir, ou seja, uma conduta positiva.
D)
omissivo por comissão.
ALTERNATIVA INCORRETA – Trata-se da situação explicada
na correção da alternativa B.
Questão 62 - Wallace, hemofílico, foi atingido por um golpe
de faca em uma região não letal do corpo. Júlio, autor da facada, que não tinha
dolo de matar, mas sabia da condição de saúde específica de Wallace, sai da
cena do crime sem desferir outros golpes, estando Wallace ainda vivo. No
entanto, algumas horas depois, Wallace morre, pois, apesar de a lesão ser em
local não letal, sua condição fisiológica agravou o seu estado de saúde. Acerca
do estudo da relação de causalidade, assinale a opção correta.
A)
O fato de Wallace ser hemofílico é uma causa relativamente independente
preexistente, e Júlio não deve responder por homicídio culposo, mas, sim, por
lesão corporal seguida de morte.
ALTERNATIVA CORRETA – O enunciado é claro ao
dizer que a personagem que deu a facada à deu em local não fatal e não tinha a
intenção de matar. Aplica-se no caso o artigo 13 do Código Penal que
diz: Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é
imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual
o resultado não teria ocorrido. Superveniência de causa independente § 1º - A
superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando,
por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a
quem os praticou.
Portanto,
como a hemofilia já existia antes do autor cometer o crime, não ser poderá
imputar o resultado morte à título de crime de homicídio culposo. Entretanto,
deverá o autor no caso responder pelo resultado morte, mas como consequência da
lesão praticada.
B)
O fato de Wallace ser hemofílico é uma causa absolutamente independente
preexistente, e Júlio não deve responder por homicídio culposo, mas, sim, por
lesão corporal seguida de morte.
ALTERNATIVA INCORRETA – A hemofilia é uma
causa relativamente independente.
C)
O fato de Wallace ser hemofílico é uma causa absolutamente independente
concomitante, e Júlio de ve responder por homicídio culposo. ALTERNATIVA
INCORRETA – Vide correção anterior.
D)
O fato de Wallace ser hemofílico é uma causa relativamente independente
concomitante, e Júlio não deve responder pela lesão corporal seguida de morte,
mas, sim, por homicídio culposo.
ALTERNATIVA INCORRETA – Vide correção
anterior.
Questão 63 - O Presidente da República, diante da nova onda
de protestos, decide, por meio de medida provisória, criar um novo tipo penal
para coibir os atos de vandalismo. A medida provisória foi convertida em lei,
sem impugnações. Com base nos dados fornecidos, assinale a opção correta.
A)
Não há ofensa ao princípio da reserva legal na criação de tipos penais por meio
de medida provisória, quando convertida em lei.
ALTERNATIVA INCORRETA – não se
pode conceber medida provisória inovando o cenário jurídico penal. A constituição
é clara que apenas a União por meio do Congresso Nacional é quem pode legislar
sobre matéria penal. Qualquer questão penal criada por meio de decreto ou
medida provisória é sim inconstitucional e fere diretamente o princípio da
reserva legal.
B)
Não há ofensa ao princípio da reserva legal na criação de tipos penais por meio
de medida provisória, pois houve avaliação prévia do Congresso Nacional.
ALTERNATIVA INCORRETA – Vide correção da alternativa A.
C)
Há ofensa ao princípio da reserva legal, pois não é possível a criação de tipos
penais por meio de medida provisória.
ALTERNATIVA CORRETA – Vide correção da
alternativa A.
D)
Há ofensa ao princípio da reserva legal, pois não cabe ao Presidente da
República a iniciativa de lei em matéria penal. ALTERNATIVA INCORRETA – Vide
correção da alternativa A.
Questão 64 - Eslow, holandês e usuário de maconha, que
nunca antes havia feito uma viagem internacional, veio ao Brasil para a Copa do
Mundo. Assistindo ao jogo Holanda x Brasil decidiu, diante da tensão, fumar um
cigarro de maconha nas arquibancadas do estádio. Imediatamente, os policiais
militares de plantão o prenderam e o conduziram à Delegacia de Polícia. Diante
do Delegado de Polícia, Eslow, completamente assustado, afirma que não sabia
que no Brasil a utilização de pequena quantidade de maconha era proibida, pois,
no seu país, é um habito assistir a jogos de futebol fumando maconha. Sobre a
hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a principal tese
defensiva.
A)
Eslow está em erro de tipo essencial escusável, razão pela qual deve ser
absolvido.
ALTERNATIVA INCORRETA – O erro de tipo essencial, seja escusável ou
inescusável, não tem o condão de excluir a culpabilidade, mas sim a tipicidade.
B)
Eslow está em erro de proibição direto inevitável, razão pela qual deve ser isento
de pena.
ALTERNATIVA CORRETA – Realmente Eslow poderá ser beneficiado pelo erro
de proibição, posto que em tese, por ser de outro país onde o consumo da
referida substância é legalizado, por erro acreditou que aqui também fosse,
isto é, ele desconhecia a proibição existente.
C)
Eslow está em erro de tipo permissivo escusável, razão pela qual deve ser
punido pelo crime culposo.
ALTERNATIVA INCORRETA – Questão completamente
errada, primeiro por não ser erro de tipo, mas sim de proibição. Segundo, por
não haver previsão de culpa.
D)
Eslow está em erro de proibição, que importa em crime impossível, razão pela
qual deve ser absolvido.
ALTERNATIVA INCORRETA – Foi feita confusão de
institutos. O erro de proibição não se confunde com crime impossível. Na
verdade, se fosse caso de crime impossível, não seria preciso no caso invocar o
erro de proibição que diferentemente daquele é uma causa de exclusão de
culpabilidade.
Questão 65 - O Delegado de Polícia, desconfiado de que
Fabiano é o líder de uma quadrilha que realiza assaltos à mão armada na região,
decide, com a sua equipe, realizar uma interceptação telefônica sem autorização
judicial. Durante algumas semanas, escutaram diversas conversas, por meio das
quais descobriram o local onde a res furtiva era armazenada para posterior
revenda. Com essa informação, o Delegado de Polícia representou pela busca e
apreensão a ser realizada na residência suspeita, sendo tal diligência
autorizada pelo Juízo competente. Munidos do mandado de busca e apreensão,
ingressam na residência encontrando diversos objetos fruto de roubo, como
joias, celulares, documentos de identidade etc., tudo conforme indicou a
interceptação telefônica. Assim, Fabiano foi conduzido à Delegacia, onde se
registrou a ocorrência. Acerca do caso narrado, assinale a opção correta.
A)
A realização da busca e apreensão é admissível, tendo em vista que houve
autorização prévia do juízo competente, existindo justa causa para ajuizamento
da ação penal.
ALTERNATIVA INCORRETA – A busca e apreensão não poderia ter sido
endossada pelo juiz, pois sua base esta em atos ilegais. Além disso, não se
pode dizer que há no caso justa causa para a ação penal, pois não se deve
esquecer que tudo que foi obtido só o foi por meio de uma ação ilegal. A
interceptação foi feita sem autorização o que a torna ilegal, bem como tudo que
em decorrência dela foi obtido. O correto no caso seria o juiz antes mesmo de
conferir a ordem de busca reconhecer a ilegalidade da ação.
B)
A realização da busca e apreensão é admissível, apesar da interceptação
telefônica ter sido realizada sem autorização judicial, existindo justa causa
para ajuizamento da ação penal.
ALTERNATIVA INCORRETA – Vide correção anterior.
C)
A realização da busca e apreensão não é admissível porque houve representação
do Delegado de Polícia, não existindo justa causa para o ajuizamento da ação
penal.
ALTERNATIVA INCORRETA – Vide correção da alternativa A.
D)
A realização da busca e apreensão não é admissível, pois derivou de uma
interceptação telefônica ilícita, aplicando-se a teoria dos frutos da árvore
envenenada, não existindo justa causa para o ajuizamento da ação penal.
ALTERNATIVA CORRETA – Vide correção da alternativa A.
Questão 66 - Eduardo foi denunciado pelo crime de estupro
de vulnerável. Durante a instrução, negou a autoria do crime, afirmando estar,
na época dos fatos, no município C, distante dois quilômetros do local dos
fatos. Como a afirmativa não foi corroborada por outros elementos de convicção,
o Juiz entendeu que a palavra da vítima deveria ser considerada, condenando
Eduardo. A defesa recorreu, mas após longo debate nos Tribunais Superiores, a
decisão transitou em julgado desfavoravelmente ao réu. Eduardo dirigiu-se,
então, ao município C, em busca de provas que pudessem apontar a sua inocência,
e, depois de muito procurar, conseguiu as filmagens de um estabelecimento
comercial, que estavam esquecidas em um galpão velho. Nas filmagens, Eduardo
aparece comprando lanche em uma padaria. Com a prova em mãos, procura seu
advogado. Assinale a opção que apresenta a providência a ser adotada pelo
advogado de Eduardo.
A)
O advogado deve ingressar com agravo em execução, pois Eduardo descobriu uma
prova que atesta a sua inocência de forma inconteste. ALTERNATIVA INCORRETA – O
agravo em execução é recurso próprio para ser usado no curso da execução penal
a fim de obter direitos ao preso que cumpre pena. Tal recurso por sua vez não
possui força para alterar a condenação do réu.
B)
O advogado deve ingressar com revisão criminal, pois Eduardo descobriu uma
prova que atesta a sua inocência de forma inconteste.
ALTERNATIVA CORRETA – A
revisão criminal é a ação capaz de modificar a condenação da personagem.
Trata-se de uma ação própria para, com base em novas provas, desafiar e até
mesmo desconstruir uma coisa julgada.
C)
O advogado deve ingressar com reclamação constitucional, pois Eduardo descobriu
uma prova que atesta a sua inocência de forma inconteste. ALTERNATIVA INCORRETA
– Vide correção anterior.
D)
O advogado deve ingressar com ação de habeas corpus, pois Eduardo descobriu uma
prova que atesta a sua inocência de forma inconteste. ALTERNATIVA INCORRETA –
Vide correção da alternativa B.
Questão 67 - Wilson está sendo regularmente processado pela
prática do crime de furto. Durante a instrução criminal, entre tanto, as
testemunhas foram uníssonas ao afirmar que, para a subtração, Wilson
utilizou-se de grave ameaça, exercida por meio de uma faca. A partir do caso
narrado, assinale a opção correta.
A)
A hipótese é de emendatio libellie o juiz deve absolver o réu relativamente ao
crime que lhe foi imputado. ALTERNATIVA INCORRETA – No caso narrado,
verifica-se que a denúncia não estava errada, mas o promotor que a fez
desconhecia certos fatos sobre a prática do crime, vindo tomar conhecimento
apenas no curso da instrução. Nesse caso, com base nos fatos descobertos em
audiência nota-se verdadeira mudança do crime praticado, isto é, nota-se
verdadeira mudança da acusação. Portanto, trata-se de caso de mutatio libellie,
que não prever possibilidade de absolvição, mas sim o seguimento da instrução,
contudo, da forma correta. Aplica-se o artigo 384 do CPP: Art. 384.
Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica
do fato, em conseqüência de prova existente nos autos de elemento ou
circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público
deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude
desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se
a termo o aditamento, quando feito oralmente.
B)
Não haverá necessidade de aditamento da inicial acusatória, haja vista o fato
de que as alegações finais orais acontecem após a oitiva das testemunhas e, com
isso, respeitam-se os princípios do contraditório e da ampla defesa.
ALTERNATIVA INCORRETA – Vide correção anterior.
C)
A hipótese é de mutatio libellie, nos termos da lei, o Ministério Público
deverá fazer o respectivo aditamento.
ALTERNATIVA CORRETA – Aplicando o artigo 384 do CPP. Vide a correção
da alternativa A.
D)
Caso o magistrado entenda que deve ocorrer o aditamento da inicial acusatória,
se o promotor de justiça e, recusar-se a fazê-lo, o juiz estará obrigado a
absolver o réu da imputação que lhe foi originalmente atribuída. ALTERNATIVA
INCORRETA – Havendo divergência entre o entendimento do juiz e do promotor,
dever-se-á no caso aplicar a mesma norma vista no artigo 28 do CPP, remetendo os
autos ao procurador de justiça. Art. 384. (...) § 1o Não procedendo o órgão do
Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código. Art. 28. Se
o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o
arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz,
no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do
inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a
denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou
insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a
atender
Questão 68 - Washington foi condenado à pena de 5 anos e 4
meses de reclusão e ao pagamento de 10 dias-multa pela prática do delito de
roubo (Art. 157, do CP), em regime semiaberto, tendo iniciado o cumprimento da
pena logo após a publicação da sentença condenatória. Decorrido certo lapso
temporal, a defesa de Washington pleiteia a progressão de regime prisional ao
argumento de que, com a remição de pena a que faz jus, já cumpriu a fração
necessária para ser agraciado com o avanço prisional, estando, assim, presente
o requisito objetivo. Washington ostentaria, ainda, bom comportamento
carcerário, atestado pelo diretor do estabelecimento prisional. Na decisão, o
juiz a quo concedeu a progressão para o regime aberto, mediante a condição
especial de prestação de serviços à comunidade (Art. 43, IV, do CP). De acordo com entendimento sumulado pelo Superior
Tribunal de Justiça, assinale a opção correta.
A)
O magistrado não agiu corretamente, eis que é inadmissível a fixação de
prestação de serviços à comunidade (Art. 43, IV, do CP) como condição especial para o regime aberto.
ALTERNATIVA CORRETA – A Jurisprudência é uníssona em proibir a fixação de
prestação de serviços à comunidade como condição para o regime aberto.
Importante distinguir que mesmo no regime aberto trata-se de pena privativa de
liberdade, enquanto que prestação de serviço à comunidade é espécie do gênero:
penas restritivas de direitos.
B)
O magistrado agiu corretamente, uma vez que é admissível a fixação de prestação
de serviços à comunidade (Art. 43, IV, do CP) como condição especial para o regime aberto.
ALTERNATIVA INCORRETA – Vide correção anterior.
C)
O magistrado não agiu corretamente, tendo em vista que deveria ter fixado mais
de uma pena substitutiva prevista no Art. 44, do CP, como condição
especial para a concessão do regime aberto.
ALTERNATIVA INCORRETA – Vide
correção da alternativa A.
D)
O magistrado agiu corretamente, pois poderia estabelecer qualquer condição como
requisito para a concessão do regime aberto. ALTERNATIVA INCORRETA – Vide
correção da alternativa A.
Questão 69 - Fábio, vítima de calúnia realizada por Renato
e Abel, decide mover ação penal privada em face de ambos. Após o ajuizamento da
ação, os autos são encaminhados ao Ministério Público, pois Fábio pretende
desistir da ação penal privada movida apenas em face de Renato para prosseguir
em face de Abel. Diante dos fatos narrados, assinale a opção correta.
A)
A ação penal privada é divisível; logo, Fábio poderá desistir da ação penal
apenas em face de Renato.
ALTERNATIVA INCORRETA – A ação penal privada é
indivisível. Logo, caso a personagem vítima deseje desistir ela devera fazê-lo
em relação à todos os acusados.
B)
A ação penal privada é indivisível; logo, Fábio não poderá desistir da ação
penal apenas em face de Renato.
ALTERNATIVA CORRETA – Vide correção da
alternativa A.
C)
A ação penal privada é obrigatória, por conta do princípio da obrigatoriedade
da ação penal.
ALTERNATIVA INCORRETA – A ação penal privada é facultativa.
D)
A ação penal privada é indisponível; logo, Fábio não poderá desistir da ação
penal apenas em face de Renato.
ALTERNATIVA INCORRETA – Vide correção da
alternativa A.